A maioria das crianças segue um padrão de desenvolvimento, atingindo etapas numa sequência semelhante. Mas, pode acontecer que essas etapas ou estádios de desenvolvimento não sejam atingidos, ou sejam alcançados tardiamente, devido a um atraso de desenvolvimento global ou apenas de algumas áreas (competências cognitivas, linguagem, motricidade e desenvolvimento emocional/social).
Apesar de cada criança se desenvolver ao seu próprio ritmo existem alguns sinais, em cada faixa etária, aos quais os pais podem e devem ficar atentos para verificarem se os marcos de desenvolvimento estão a ser atingidos.
Principais marcos do desenvolvimento normal infantil:
Avaliação global do desenvolvimento infantil
Quando estes marcos de desenvolvimento não são naturalmente atingidos na faixa etária esperada, ou são atingidos com acentuado desvio temporal, os clínicos que acompanham a criança podem sugerir uma avaliação de desenvolvimento, sendo que o instrumento de referência para este tipo de avaliação é a bateria Griffiths III (aplicável desde o nascimento até aos 6 anos) que permite uma avaliação global do desenvolvimento e determina ainda o seu perfil individual em cinco áreas distintas: cognitivo, linguagem, motricidade e social/emocional. Essas áreas são representadas nas subescalas da bateria.
Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths – 3ª Edição
O facto de ser uma bateria tão completa, com variados materiais e com uma grande diversidade de provas adequadas a cada idade, torna fundamental que a sua aplicação seja rigorosa para não interferir com a validade dos resultados, daí que seja necessário a certificação dos técnicos que utilizam esta bateria na sua prática clínica. Certificação essa atribuída pela ARICD (Association for Research in Infant & Child Development) e pelas Tutoras Griffiths Portugal após formação com componente teórica e prática.
A importância da intervenção precoce
Os resultados obtidos através da aplicação desta escala permitem identificar a idade de desenvolvimento a que corresponde o desempenho da criança em termos globais e em cada uma destas áreas específicas, possibilitando despistar a necessidade duma avaliação mais especializada nas valências de Terapia Ocupacional, Terapia da Fala e Psicologia. Quanto mais cedo forem detetadas as alterações no desenvolvimento, melhor prognóstico de evolução terá a criança.
A reaplicação das provas permite comparar os perfis de desenvolvimento em dois momentos distintos, possibilitando analisar os progressos alcançados e ajustar as intervenções. Estas informações são igualmente úteis para delinear estratégias relativas aocontexto familiar e educativo, assim como, para partilha com outros profissionais de saúde.
Referências bibliográficas:
Byron, T., (2008). O seu filho mês a mês: dos 12 meses aos 4 anos. Porto: Civilizaçãp Editores Lda.
Ferreira, C.T., Carvalhão, I.T., Gil, I.C. & Fernandes, S.F. Manual de Administração Griffiths III. Lisboa: Editora Hogrefe, Lda.
Sheridan, M.D., Sharma, A. & Cockerill, H., (2008). From Birth to Five Years: Children´s Developmental Progress. Taylor & Francis LTD.